Na sexta-feira dia 5 de maio, as turmas A, B e C do 7º ano da nossa escola foram ao teatro! Desta vez a opção das professoras recaiu sobre a companhia de Teatro “Cultural Kids”, que apresenta os seus espetáculos no Colégio Pedro Arrupe, localizado na parte norte do Parque das Nações.
As turmas foram ver a peça “Leandro, rei da Helíria”, de Alice Vieira, que têm estado a estudar nas aulas de Português. Quando dizemos que o texto é da autoria de Alice Vieira queremos dizer que se trata de uma adaptação de uma narrativa popular, fixada ainda no século XIX por Teófilo Braga, com o título de “Como a comida quer ao sal”. Apesar de algumas diferenças de detalhe estas versões têm, por sua vez, semelhanças com o “Rei Lear” de William Shakespeare, que também usou material anterior, da tradição oral.
Na base está uma reflexão sobre o poder e sobre a relação de amor que une pais e filhos. De facto, Leandro, rei da Helíria, convencido que os deuses lhe comunicaram, através de um sonho, que deve deixar de reinar, decide verificar qual das três filhas lhe tem mais amor. É claro que as duas mais astutas, mas também mais falsas, fazem um grande discurso que envaidece o rei. Em contrapartida a filha mais nova, ao ser completamente sincera, diz-lhe que lhe quer "como a comida quer ao sal”. O rei não entende e sentindo-se desconsiderado, expulsa essa filha e entrega o seu reino às duas outras. O tempo irá revelar que Leandro foi “cego (na peça perde mesmo a visão e o «Rei Lear», de Shakespeare chega a enlouquecer) e vítima do próprio orgulho. Acabando ele próprio por ser expulso pelas filhas a quem deu o poder e riquezas do reino, vagueia, apenas acompanhado do fiel bobo, até que é finalmente salvo e perdoado pela filha mais nova.
A companhia “Cultural Kids” fez algumas opções cénicas muito interessantes (e engraçadas) em que um William Shakespeare curioso interage com a peça e com o público pelo Skype, tentando acompanhar o andamento da história. Os alunos foram sensíveis a todo este trabalho, embora não lhes tenha escapado alguns aspetos menos conseguidos, como podemos ver nas palavras do Afonso Raposo e Rúben Maia do G7A, que transcrevemos:
“Nós tínhamos lido o livro antes do teatro e gostamos muito e gostamos do teatro também, mas há pontos altos e baixos.
Pontos fortes: primeiramente fizeram um ótimo trabalho a representar o livro; os cenários estavam muito bem feitos para o ambiente da história; os atores representavam muito bem os seus papeis; as músicas eram bem feitas nos momentos certos.
Pontos fracos: nós achamos a comédia mais fraca, comparada com a do livro; o teatro demorou muito a começar.
O que gostamos mais: O bobo, e a frase “tiraste-me as palavras da boca”.
Finalmente falta dizer-vos que os nossos alunos estiveram muito bem do princípio ao fim desta aventura (que começou na paragem do autocarro e implicou um tempo de espera razoável enquanto se alinhavam as diferentes escolas que encheram o auditório) e (…) foram um orgulho para a Escola e para as professoras que os acompanharam, pelo seu comportamento durante a peça e durante o percurso.
E para saberem mais:
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