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sábado, 18 de fevereiro de 2023

“Guerra Colonial (1961-1974), como começou e como acabou”: um balanço da atividade

     Gostaríamos de fazer aqui um pequeno balanço da palestra “Guerra Colonial (1961-1974), como começou e como acabou”, realizada na Biblioteca Escolar, no passado dia 13 de fevereiro, tal como tínhamos divulgado.

Apresentação do orador pelo professor estagiário Guilherme Quintino
     Em primeiro lugar pensar um pouco sobre o contexto em que aparece: trata-se de uma iniciativa do Núcleo de Estágio de História do Agrupamento. Isto significa que estão a ser formados jovens professores, numa época em que a falta de professores (e de professores profissionalizados concretamente) está a transformar-se num dos maiores problemas da Escola. O facto da iniciativa sair "das quatros paredes" da escola sede é também algo com que nos temos de congratular. Num Agrupamento tão vasto quanto o nosso, poder contar, não com uma, mas com três palestras, em realização simultânea, nas Escolas de D. Dinis (com o tema “Embates Imperialistas: Coexistência Pacífica ou Guerra Contínua”);  Marvila ( “Racismo e Xenofobia. Como Combater e Educar para a Integração e igualdade?”) e Damião de Góis  (“Guerra Colonial (1961-1974)” ), é algo de absolutamente inédito e pelo qual felicitamos o coordenador do Núcleo de Estágio, professore João Roseiro, e claro os seus dois estagiários, a Ana Catarina Necho e o Guilherme Quintino.

Visão geral da audiência.
    Num segundo ponto de reflexão, salientamos a importância das parcerias entre a Escola e entidades exteriores. É evidente que já se faz muita coisa e em muitos contextos, mas as escolas ainda estão essencialmente  fechadas sobre si mesmas, situação agravada por dois anos de isolamento social. Neste caso a parceria foi com a CULTRA (Cooperativa Cultura, Trabalho, Socialismo), e no caso da Damião de Góis, com o historiador Luís Farinha, como já vos tínhamos dado nota. Trazer à escola pessoas de outros universos (sociais, intelectuais, académicos, artísticos...), multiplica as situações de aprendizagem para além o contexto de sala de aula e dá aos alunos a sensação de que a sua escola importa e não está isolada. Este sentimento foi bem visível nas turmas de 9º que estiveram na Biblioteca na passada segunda feira. 

O nosso orador, sempre próximo dos alunos
    Finalmente, numa terceira linha de reflexão, queríamos  falar um pouco da palestra como dispositivo pedagógico. Acabamos de referir a importância destes eventos para ampliar contextos e situações de aprendizagens. É claro que não basta trazer alguém de fora para falar de um assunto "importante" para que isso aconteça. É necessário também que quem vem  entenda que a comunicação para um público escolar tem as suas especificidades.  No caso concreto do orador convidado essa intenção comunicativa sobrepôs-se a qualquer outra intenção. Não é fácil explicar, em 50 minutos, as razões que levaram à chamada Guerra Colonial, a forma como o conflito se manteve durante 13 anos, como suportaram os Portugueses essa situação e finalmente as razões que produziram o seu desenlace.
Este foi o fio condutor que serviu de suporte à intervenção de Luís Farinha, apoiado num conjunto de imagens / documentos históricos a partir dos quais apresentou os seus argumentos, problematizou questões e pediu a intervenção dos alunos. Mas não se tratou apenas de uma abordagem histórica. Foi acima de tudo um excelente  exercício de cidadania, pelo humanismo demonstrado, pelo cuidado com que foram abordadas questões sensíveis, por vezes traumáticas, até, na nossa memória coletiva recente.

A aluna na foto participou ativamente na palestra
    Por tudo isto agradecemos os nossos colegas do Núcleo de Estágio, a CULTRA, o professor Luís Farinha. Em nosso nome, em nome dos nossos alunos. 

    E comprometemo-nos, a dar continuidade a este assunto, criando um novo dispositivo pedagógico, que possa envolver alunos e professores, em torno da literacia da informação e da cidadania ativa. Dar-vos-emos conta.

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